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O homem não tem somente necessidade de alimento, trabalho, diversão, vida digna, casa, saúde, emprego, segurança etc., mas, também, necessita de elogio, admiração e reconhecimento. Ele tem desejo de admirar o belo.
A natureza é esplendorosa e revela a sua beleza para que possamos nos deleitar. São inúmeras as suas formosuras: o sol, as águas, a fauna, a flora, os pássaros, os animais, o globo terrestre, enfim.
Mas quando se trata do ser humano, onde podemos dizer que está a beleza? O que caracteriza uma pessoa bonita, bela, atraente?
Evidentemente, que no aspecto físico, apenas, há quem nasça com, digamos, o dom da beleza estética, corporal e, que, aos olhos da uma unanimidade, são tidas como pessoas belas, bonitas.
Trata-se de uma escolha da genética que modelou tais pessoas assim; eles, elas foram agraciados pela natureza; uma escolha da própria biologia. Não dá para determinar quem nascerá belo ou bela. A própria natureza, a genética, faz sua escolha.
O código genético se encarrega de traçar as nossas feições, de nos dar a tonalidade dos cabelos, a cor da pele, dos olhos, nariz, boca, altura etc.
Assim como alguém nasce com o dom de jogar futebol, de cantar, de pintar, de tocar um instrumento – e que apenas o desenvolve ao longo da vida –, a beleza é algo que não é decidido, mas congênito. Alguém que possui um rosto belo, bem como o corpo belo, foi agraciado pela genética, pela natureza, por Deus. Não estou entrando no gosto cultural, de quem é belo, bela para uma determinada cultura, mas me refiro àquela pessoa que é esteticamente admirada segundo um consenso mais geral.
A beleza física é um tipo de poder. Assim como alguém que possui bens, riqueza, a beleza diante dos outros tem algum tipo de poder. Assim como alguém que ocupa um cargo ou função de alto escalão (bispos, presidentes, ministros, parlamentares, reis, o Papa, enfim) possui poder, quem é belo também possui certo tipo de poder, um poder nostálgico, sedutor, encantador, um poder estético!
Uma pessoa bela fisicamente que atravessa nosso caminho, que aparece, por exemplo, na TV, nos cinemas etc. nos causa certa comoção. Queremos olhá-la e nos perguntamos “quem a fez assim?”, “Como você conseguiu esse rosto, esse corpo?”
Não irei adentrar nas telenovelas, mas a título de exemplo, veja quem faz parte do elenco das tramas. São ou não aqueles, aquelas belos e belas? Sim. Tudo isso tem o objetivo do lucro, porque a audiência quer ver pessoas belas em suas telas. E quem não nasceu tão belo assim? Esses não têm espaço nas telenovelas, pois ali é um lugar para os agraciados exteriormente em seus corpos, rostos. Muitos não têm talento algum e parcamente atuam. No entanto, o que vale é causar comoção na audiência, com rostos bonitos, olhos azuis ou verdes e corpos esculturais na tela. É um universo excludente e enaltecedor dos “notáveis”. Trate-se de um nicho em que um certo padrão de beleza impera. Quem não é belo ao padrão das telenovelas brasileiras, por exemplo, não tem vez. As emissoras querem dinheiro, e pessoas ditas “feias” nem sempre dão ibope.
Reconhecidamente, há aqueles, aquelas que são belos e belas e há as pessoas não o são também. Mas fazer o quê? Quem define é a genética!
Se não sou tão bonito, devo aceitar-me como sou. Aceitar-me com o meu tipo de cabelo, olhos, boca, altura, rosto, corpo etc. Aceitar-se não quer dizer não cuidar de si e da aparência.
A beleza vai além de uma “capa”, pois compreende o todo do ser humano: o seu porte físico, o caráter, a postura e o histórico de vida, as ideias, aquilo que fala, como fala, o que defende, o que combate, aquilo que faz e, principalmente, o modo como é seu espírito.
Mas o que quero nesse primeiro momento é reconhecer aquelas pessoas que são belas. Como você admira quem possui uma bela voz ao cantar, admiramos quem é bonito, bonita esteticamente. Eu falo aqui apenas do exterior e não se a pessoa possui qualidades interiores, virtudes, enfim. Quero destacar os belos e belas, e parabenizá-los pelo fato de a genética os ter premiado.
Tirando agora o aspecto puramente físico, estético, quem é belo, bela? Isso varia de gosto e de pessoa para pessoa. Alguém que para um é belo(a), para outro pode não o ser.
Há pessoas belas esteticamente, mas como dizem, são “sem sal”, não possuem charme, atitudes, um “tcham”. Ou possuem um interior mesquinho, arrogante, prepotente, enfim, o que as torna, no conjunto da obra, alguém não tão admirável.
Você se aceita como é? Você aceita o seu cabelo, a sua altura, enfim, tudo que você possui? Talvez, você quisesse ser mais belo, mais bela, ser mais magro ou mais gordo, mais alto ou mais baixo, ter cabelo liso ou encaracolado etc. Assim como todo mundo gostaria de ter nascido bem bonito, de ter nascido numa família rica, de ter dinheiro etc. Mas veja: o crucial é aceitar-se e amar-se.
Se o outro é bonito, bom para ele, se eu sou do jeito que sou, bom para mim. Se o outro é rico, parabéns para ele, que ele seja muito feliz, se eu sou pobre, classe média, enfim, e dou um duro danado na vida, parabéns para mim. Devemos ser felizes com o que somos e temos. Mais uma vez, esse aceitar-se não quer dizer que não devamos procurar a prosperidade, o melhor. Podemos e devemos lutar e conquistar bens materiais. Mas a questão fundamental é ser feliz com pouco ou muito que se tem, seja o porte físico do corpo, o rosto, o dinheiro, enfim.
Na verdade, a beleza tem outro fundamento. É muito mais do que ter um rosto, um corpo bonito ou uma conta corrente gorda; sem dúvida, o outro fundamento da beleza é parecer-se com Jesus e Maria. As mulheres, do jeito que são e na condição que possuem, devem procurar ser como Maria; aí está a verdadeira beleza. Os homens devem revestir-se de Jesus Cristo, aí está a sua verdadeira beleza.
Tudo o mais é efêmero, volúvel.
Do seu irmão,
THIAGO ZANETTI