O sentido da vida é estar em Deus e fazer a Sua vontade

O sentido da vida é estar em Deus e fazer a Sua vontade

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Qual o sentido de estarmos aqui? É o próprio Jesus que nos dá a resposta quando questionamos sobre o sentido de estarmos aqui: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações…” (Mt 28,19).

Sabemos que, ao longo da trajetória humana e em diferentes épocas e culturas, os homens sempre fizeram perguntas fundamentais sobre a sua existência: De onde viemos? Para que viemos? Para onde vamos? Essas três perguntas sempre inquietaram o homem e o fizeram buscar respostas. A ciência está tentando mostrar a nossa origem, de onde viemos, e a teoria mais aceita é a do Big Bang. Sobre o futuro, para onde iremos, as diversas religiões dão suas explicações. A Bíblia, a nossa referência fidedigna, nos mostra que nosso destino é voltar para os braços do Pai, que nosso lugar é o Céu, nossa morada eterna. Padre José Augusto, em seu livro “O meu lugar é o Céu” (Ed. Canção Nova), diz “Não temos aqui cidade permanente, mas não somos alienados: ao contrário, por causa da meta que buscamos (…) nossas raízes estão bem enraizadas na terra, mas os nossos galhos buscam o infinito…” (JOSÉ AUGUSTO, 2005, p. 7).

Temos necessidade de nos questionarmos a respeito de nossa missão na Terra. Será que o sentido da vida é viver, casar, comprar, trocar, viajar, conhecer pessoas, ajudar o próximo? De repente, nessa vida, o dinheiro não seja um problema para você que compra, viaja, adquiri bens, apartamentos, carros, enfim, e não passa por dificuldades financeiras; logo, você teria feito o que tinha que fazer? E para quem possui apenas o necessário para viver, ou para quem vive com privações? Esses não encontraram o sentido da vida? São perguntas que nós fazemos, mas, de antemão, sabemos que um dos sentidos da vida não está no ter, no possuir (sim, ele é muito bom e bem-vindo; com o nosso trabalho, Deus nos abençoa para que tenhamos uma vida próspera), mas o sentido está no ser. O homem, para se sentir homem, precisa “ser” e não, necessariamente, se apoiar naquilo que possui.

O homem só se sentirá realizado nesta vida quando se encontrar com Deus e, a partir daí, colocar toda sua vida, como também os seus próprios projetos, em prol da vontade de Deus e de colaborar com o advento do Reino dos Céus. Não há nada mais importante na vida que buscar a Deus e ajudar a construir o seu Reino.

É importante, o quanto antes em nossas vidas, nos fazermos esta pergunta central: Para que viemos? Imagine alguém ter vivido longos anos de sua vida sem ter dado sentido a ela! Sabendo o porquê de estamos aqui, cada ação nossa terá um sentido. E é isto o que importa: fazer as coisas com sentido, com propósitos. Pois a vida não é uma simples “sucessão de acontecimentos”. Não é simplesmente um “viver por viver”, mas um dar sentido a ela própria. Somos chamados a um projeto existencial maior e que, na verdade, não o conhecemos por completo ainda. Deus no-lo mostra ao longo do percurso. É certo que Deus tem um projeto para a sua vida, mas não é preciso consultá-Lo de antemão para que você viva sua vida de forma a dar-lhe significado. Amar o próximo e ajudá-lo é um grande mandamento que Deus nos pede: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15,12).

Imagino que viver sem conhecer, ou tentar buscar o sentido de nossa vida deva ser frustrante. Como disse, uma explicação pronta, o porquê você veio ao mundo, Deus não lhe dará por escrito e de pronto; você o descobrirá fazendo a caminhada junto a Ele. Por exemplo, se você é chamado ao matrimônio, ao sacerdócio, ou a uma vida celibatária, esses já serão um dos sentidos, isto é, um dos projetos de Deus para sua vida. Mas não basta atender ao chamado de viver a vida matrimonial, ou, se for o caso, de se viver a vida celibatária, ou sacerdotal. Deus, ao longo de sua história, vai confiando a você outras coisas, lhe mostrando outros rumos. Está certo que, devido a nossa pequenez, não é nada fácil viver o chamado, a vontade de Deus, mas isso se faz diante da presença dEle, na oração, buscando uma vida de comunhão e intimidade com Ele.

Quão triste é viver e não saber o porquê se vive. Essa realmente é uma das questões centrais do homem. Às vezes, dá vontade de irmos para o “deserto” (seja o lugar ou o recôndito do nosso interior), retirarmo-nos numa gruta, ou subir ao alto de um monte para ouvir a Deus e só sair de lá depois que Ele nos suscitar alguma coisa. É como um suspiro, um grito que nossa alma queira dar para se autoconhecer. É como se a alma quisesse gritar ao Criador: “Deus, por que eu estou aqui?” Sem dúvida, se em Deus buscarmos o sentido de nossas vidas, sem uma resposta dEle não ficaremos, pois Deus tem um projeto de salvação para todos nós e o Seu querer é que vivamos bem e felizes. Quem mais do que Deus nos conhece profundamente e conhece os nossos desejos mais íntimos? Ninguém! Deus, que tudo vê e tudo sabe, nos dá exatamente aquilo que trará vida, paz e sentido para nós.

Você não pode se autoencontrar sem Deus. Para que você se conheça de verdade e conheça a sua missão nesse mundo, é num encontro com Deus que isso se dará. Não há oposição entre você e Deus. Você, ao se encontrar com Deus, não perderá a sua individualidade, sua identidade, sua liberdade. Pelo contrário, a achará! Deus não irá manipular você, como se faz com uma marionete. Junto ao Criador, você se descobrirá, conhecerá o secretíssimo do seu coração. Deus é a existência primeira; dEle tudo surgiu. Ele é o originador de tudo o que existe. Deus não é um “manipulador de pessoas”, mas um libertador. Estando no mundo, sem a comunhão com Deus, você não poderá encontrar o sentido da sua vida; somente em Deus isso é possível. Jesus mesmo disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).

A nossa missão aqui na Terra é verdadeiramente “ser sal e luz para este mundo” (cf. Mt 5,13-14). Jesus nos enviou para isso: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações…” (Mt 28,19) e, em outro momento, também nos orientou dizendo “ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado” (Mt 28,20a), ou seja, temos o dever de instruir as outras pessoas. Ao final do versículo, uma promessa: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20b).

Independentemente de quem você seja, da sua origem, do quanto você possua, o seu nível acadêmico, se você é pai de família ou não, se é padre ou não, isto vale para todos, nossa existência só se faz existência estando em Deus e, estando nEle, temos a missão de fazer discípulos.

O mandamento é em primeiro lugar “buscar as coisas do Alto” (Col 3, 1) e isso, de forma alguma, se opõe a sua vida aqui na Terra. Você pode ser muito feliz e realizado, ainda mais tendo Deus como meta e inspiração da sua vida. Tente! Experimente em Deus uma nova forma de viver, Ele não se opõe a sua liberdade, pelo contrário, em comunhão com Ele, mais livre você se tornará.

THIAGO ZANETTI