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A todo instante, vivemos numa grande luta interior: de um lado, a nossa concupiscência, herança do pecado original, uma inclinação para satisfazer as obras da carne e do mundo; e, do outro, o Espírito Santo que habita em nós, uma voz mansa e suave que nos chama, convida a sermos de Deus e a agirmos para o bem. Um duelo diário que durará até o fim desta vida terrena.
Não vejo exemplo melhor para ilustrar essa dicotomia do que aquilo que São Paulo diz: “Realmente não consigo entender o que faço; pois não pratico o que quero, mas faço o que detesto” (Rm 7,15).
Ao nosso redor está o mundo, tresloucado, maluco, torto, sem Deus. O que era para ser normal, isto é, ser filhos e filhas de Deus, homens que têm sede de santidade, que desejam buscar uma vida reta, pura, etc., é tido como anormal. Sendo que o anormal, o pecado, a condição decaída, o sexo desregrado, o mentir, o uso de drogas se transformou em algo comum, normal; normal aos olhos do mundo. Daí você se pergunta: será que estou no planeta certo mesmo? Sim, ficamos baratinados.
Você, que pertence a Cristo Jesus – “Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e os seus desejos” (Gl 5,24) – é, de fato, uma antítese para o mundo, uma figura “esquisita”. Somos esses “esquisitos” de Deus. E que bom que o somos. Nossos parâmetros são outros: fixamos o olhar em Cristo, nos guiamos pela Palavra de Deus. Essas “esquisitices” são “ferramentas” que nos levam para o caminho do Céu, nossa meta.
Se você se sente, digamos, um “excêntrico” de Deus, fique tranquilo, tem um monte de gente que está nesse caminho também. Não estamos sozinhos! Estamos no caminho certo, no caminho da salvação!
“Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus” (1Cor 3,19).
THIAGO ZANETTI
