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Embora fragilizado pelo pecado original e carregando dentro de si a concupiscência, ou seja, uma inclinação para fazer o mal, o homem, por ter sido criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27), também tem uma inclinação natural para o bem. Conforme diz a Carta Encíclica Libertas Praestantissimum (Sobre a Liberdade Humana, Leão XIII, 20 de junho de 1888): “A lei natural se acha escrita e gravada na alma de todos e de cada um dos homens, porque ela é a razão humana ordenando fazer o bem e proibindo pecar”. A lei moral natural, diz o Catecismo da Igreja Católica, é uma instrução de Deus que “prescreve ao homem os caminhos, as regras de comportamento que levam à felicidade prometida” (n. 1950). Ao longo da vida, você tem a escolha de alimentar mais ou menos uma ou outra inclinação. É o livre-arbítrio para fazer o bem ou para fazer o mal.
Um dos maiores dons que Deus deu ao homem foi a liberdade. Como se diz, diante da vida, Deus nos dá um pincel e um quadro em branco para pintarmos ou desenharmos o que desejarmos. A matiz deste quadro, sua beleza ou feiura, vai depender de nós.
A Bíblia nos ensina que há somente dois caminhos a serem seguidos: o do bem e o do mal. Fora esses dois, não há outros. Sobre isso, a Palavra de Deus é bem clara quando diz: “Ninguém pode servir a dois senhores porque, ou odiará um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro” (Mt 6,24).
Portanto, podemos escolher ser santos, separados do mundo. Na vida, é possível aprender a ser santo. Vamos trilhando o caminho da santidade, aprendendo o que é e como é ser santo, ao modelo de Jesus, percorrendo este caminho. O caminho da santidade se faz caminhando.
A santidade é uma construção árdua e penosa; sim, não é fácil. Mas se aprende a ser santo. E como? Vivendo na lei de Deus, nos mandamentos de Deus, nos ensinamentos de Jesus, lendo a Palavra de Deus, vivendo os sacramentos que a Igreja nos dá, aprendermos com irmãos na fé, sendo bom, justo e honesto para com as pessoas etc.
Assim como entramos na escola formal para nos alfabetizarmos e adquirirmos conhecimento, existe uma “escola de santidade”, uma “escola de Jesus”, que se faz vivendo a vida com práticas piedosas, cumprindo a lei de Deus e tomando como exemplo os santos e santas.
É possível, sim, ir aprendendo a ser santo. A cada passo que você dá em direção a Deus, de coração, é como se uma escama do homem velho fosse caindo e dando lugar ao homem novo. De fato, é assim!
Em toda menor intenção de ser melhor, santo, justo, puro, correto, honesto, cordial, amigo, sincero, vamos abandonando, paulatinamente, o homem velho dentro de nós, abafando a concupiscência e permitindo que, de dentro de nós, flua o bem, a paz, o amor, a concórdia, a mansidão, a verdade e a justiça.
THIAGO ZANETTI
