Socializar-se e amar: dois ingredientes para transformar a nossa sociedade naquilo que Deus espera dela

Socializar-se e amar: dois ingredientes para transformar a nossa sociedade naquilo que Deus espera dela

Tempo de leitura: 4 minutos

Por natureza, somos seres sociais. O próximo precisa de você

Viver um isolamento social contraria a própria natureza humana, porque o homem, por natureza e vocação, é um ser social que está à procura de se socializar, expressar-se, reconhecer-se no outro [além de em Deus, é claro], para comprovar a sua existência. Uma árvore não pode dizer que você existe, somente outro ser humano pode fazê-lo.

O homem não busca se relacionar apenas por motivos de necessidade, isto é, para trocar, vender, comprar etc. Muitos dos nossos relacionamentos no dia a dia se dão por necessidades pontuais: eu preciso do cobrador para pagar a passagem no ônibus; preciso do caixa do banco para fazer o pagamento; e preciso dialogar com o alfaiate para lhe dizer o que deve ser feito na minha roupa. Além da socialização por necessidades pontuais que se estabelece no nosso dia a dia, o homem precisa relacionar-se, comunicar, interagir, sentir-se vivo, fazer com que o outro se sinta vivo também; isso tudo, para se afirmar enquanto homem.

Essa engenharia que faz do homem um ser social por natureza é algo da transcendência. Deus assim pensou o homem e assim o constituiu. Para ser feliz, e, indo mais além, para atingir o amadurecimento humano, e indo ainda mais além, para atingir o amadurecimento espiritual, o homem precisa se relacionar com o seu próximo.

Necessitamos interagir, dialogar, sentir o que o outro sente, amar, perdoar, sorrir, compadecer-se, corrigir, exortar, acariciar, abraçar… A razão da sociabilidade – por mais difícil que seja de pô-la em prática – é o amor. Mas o amor não é algo que cai do céu. O amor precisa ser construído, cultivado, tratado.

Viver sozinho e fazer o outro sozinho – desviando-se, não dando atenção, não amando – fazem mal para o coração, para o psicológico e para a alma.

Algumas pessoas, devido a seus históricos de vida, traumas, decepções com o ser humano, descrenças, enfim, ou por opção, acabam isolando-se das outras. Buscam um estilo de vida solitário; entram numa redoma, para se “proteger” do mundo, mas acontece o contrário. A aparente proteção imposta por aquele que se isola, torna-se um cárcere para si mesmo. Quem assim age, torna-se vítima do seu próprio isolamento, trazendo para si complicações de relacionamento (dificuldade de se relacionar), complicações emocionais e até problemas físicos desencadeados por uma vida sem contatos sociais.

Isolar-se do outro faz mal para o alheio, mas é muito mais nocivo para quem se insula, ou seja, para quem vive como uma ilha.

A mudança da sociedade, a construção da paz que tanto desejamos, da igualdade, do respeito, enfim, depende de nós: seres humanos pecadores, fracos, necessitados da graça do Alto.

Quem se isola fisicamente e sentimentalmente não pode ajudar o outro, porque bloqueia a passagem da “corrente” do amor. Quem não se socializa impede que a mudança do nosso meio aconteça, pois o amor não poderá alcançar o outro.

Nunca existirá pessoa mais sociável do que Jesus. O seu coração de natureza divina e humana, era sociável; acolhia a todos indistintamente: os pecadores, os estrangeiros, pessoas de outras tribos, de outras localidades, de outros costumes, velhos e crianças. O Messias se fazia presente não só de coração, mas fisicamente, indo de casa em casa, de vila em vila, de rua em rua, alimentando-se com os outros, participando de festas, indo ao templo para rezar. Jesus, quando estava com alguém, presentificava-se de corpo e alma. Portanto, não era um contato superficial, frio, apressado; era um estar caloroso, amigo, amável, divino, humano, curador.

Não se feche em si mesmo, não se isole. Veja quem está próximo de você, tome uma atitude e ajude-o(a).

Deus nos fez pessoas sociáveis e capazes de carregar conosco os dons do Espírito Santo, para que, assim, possamos transformar a realidade que nos rodeia.

Seja ativo, liberte-se, saia de si mesmo. O próximo precisa de você! E quem é esse próximo? Seu pai, sua mãe, seus irmãos, seus amigos, seu patrão, seu pároco, seu vizinho, seu(sua) namorado(a), todos aqueles que o rodeiam e aqueles de quem você ainda não se fez próximo.

THIAGO ZANETTI

2 Comentários


  1. Texto riquíssimo e profundo.Gostei muito.Voce está de parabéns,!Linguagem muito simples , clara e objetiva.

Comentários encerrados.