Por que o meu coração se rendeu a esta pessoa em detrimento de tantas outras?

Por que o meu coração se rendeu a esta pessoa em detrimento de tantas outras?

Tempo de leitura: 4 minutos

 A “lei do amor” é indecifrável, enigmática… Se é que existe uma lei do amor [refiro-me ao amor eros]. O que faz você gostar dessa pessoa e não daquela outra?

A primeira pessoa teria tudo para ser o homem da sua vida – o par ideal, pois ele é amigo, companheiro, leal, honesto, confiável, trabalhador, educado, alegre, quer construir um projeto de família, protetor, verdadeiro, equilibrado, temperado, cúmplice etc.

Cá pra nós: esses deveriam ser requisitos básicos para um pretendente. É uma lista bem básica sem a qual qualquer relacionamento pode definhar-se – isso caso consiga nascer sem esses atributos.

Todo homem deveria ter [uma observação: este artigo não é só para as mulheres; você, homem, faça a conversão; onde estiver escrito “homem” como par pretendido, você põe mulher] esses atributos; é uma cartilha mínima!

Então, não estamos falando de diferenciais; elencamos o “kit” obrigatório.

Pois bem, um homem pode ter tudo isso, mas seu olhar pode voltar-se para outro!

Não que o outro não tenha esses atributos; talvez os tenha em menor proporção; tenha talvez 50%, 60% ou 80% dessas qualidades.

Ou seja, esse seria um homem em vias de aperfeiçoar-se – aliás, esmerar-se é coisa para toda a vida!

Daí, seus olhos apetecem um “incauto”. Sua mãe se assusta com sua inclinação e exclama: “aquele homem era perfeito para você!”; a tia diz: “um partidão”; e avó (um pouco atirada), “um pão”.

Mas o que propomos aqui como reflexão não é você trocar o bonzinho pelo mauzinho. Nada disso!

Estou pondo aqui dois homens de bom coração, com retas intenções! Porque gente ruim, desvirtuada, deletéria, queremos bem longe de nós!

E, como num conto de fadas – não quero frustrar as suas expectativas, mas contos de fadas não existem! Eles estão reservados à literatura, à cinematografia, ao folclore etc. –, você olha não para o “príncipe”, mas para o “plebeu”. Mais uma vez, preciso explicar-me: usei plebeu não para caracterizar a condição financeira, porque, rico ou pobre, o amor dialoga em quaisquer dimensões, estratos sociais, raciais, culturais etc.

E por que o que tinha tudo para ser, para dar certo, não deu?

Por que o coração não se abriu para ele? E vice-versa: por que não abriram o coração para você; você, que é uma moça tão boa, gente de bem, legal, amiga etc., etc., etc.?

Tenho uma resposta bem difícil de ser aceita: mistério! Sim, são os mistérios do amor. O amor tem dessas coisas.

Evidentemente, estou de acordo com aquela fala que diz que é preciso que acreditemos, invistamos em amor inteligente; nada de amor cego. Porque amar é uma decisão; e você precisa ter razões, motivos para amar alguém.

Mas, também, é verossímil a frase de Pascal, em que o pensador diz que o coração tem razões que a própria razão desconhece.

E a vida é assim, o coração é assim: amamos quem amamos!

Claro, com motivos bem fundamentados. Mas por que foi um e não foi o outro, configura-se num mistério!

É sabido que todos os meus artigos têm um viés cristão católico; podemos dizer que se trata de um mistério de Deus.

O mistério que faz com que Deus coloque aquela pessoa certa na sua vida, a fim de que, juntos, vocês formem uma linda e saudável família para Ele.

Há aqueles que não acreditam que Deus tem alguém especial reservado para nós – mas para explicarmos isso, teríamos de entrar numa discussão tão longa, que não é o objetivo deste escrito.

É possível que amemos alguém que Deus não escolheu para nós? Claro que sim! É a liberdade, o livre-arbítrio; você pode chegar a amar; mas estar plena, acredito que não.

Porque estar – em alguma medida – pleno, é fazer irrestritamente a vontade de Deus aqui na terra!

Portanto, nós amamos num mistério “inquacionável” – nem existe essa palavra; utilizamo-la para dizer que não amamos sem motivo; as pessoas se casam, amam-se, empreendem uma vida a dois, por motivos que eles dois foram construindo e chegaram à conclusão que o resultado dessa caminhada levou ao amor, alcançou o amor!

Mas aí voltamos: por que escolhemos essa pessoa para amar e viver para sempre, dentre tantas outras? Mistério, mistério mais lindo de Deus!

Deus põe esse alguém em nossa vida, mas o regar o amor, o cultivá-lo, o fazer florescer, dar bons frutos cabem ao homem – aos dois.

E, para terminar, mesmo amando profundamente a outra pessoa, você pode perguntar-se: “por que eu o amo?”; e você mesmo se responde: “porque é o amor da minha vida”; aí, você pergunta: “então, eu o amo por que ele me faz bem?”; também, mas não é pelo que a pessoa faz – isso é pré-requisito.

Digo isto: você o ama porque desde a eternidade essa pessoa tem as credenciais que lhe servem. É o seu encaixe! E isso é obra de Deus!

Do seu irmão,
Thiago Zanetti